quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Confessionário I - Atraso

Bom... eu estava com umas idéias pra uns nomes de posts pra separar por tipo de assunto... tipo, pra criar várias sequencias de assuntos e poder achar depois. O primeiro título é confessionário, que eu vou deixar minhas vastas experiências mirabolantes...

Eu tinha planejado começar com a história caótica do meu plano pra acabar com o mundo, se bem que qualquer um que ler mais de 15 tópicos daqui terá potencial suficiente pra isso... Por outro lado é só um plano bobo, não caiam nessa!!! Então... mas mudei de idéia por causa de uma coisa muito bizarra que acabou de acontecer comigo... e eu começarei então este blog no estilo mais gay possível: começarei contando o dia de hoje!

Tudo o que acontece hoje é um reflexo de algo que já aconteceu em outras épocas... Vou começar aqui explicando um pouco da minha vocação ao ateísmo. Não vou falar sobre sustentação de religiões aqui e nem quero discriminar pessoas por sua opção, mas vou contar uma experiência que me fez escolher um outro caminho.

Confessionário I - Atraso

Tudo começou quando meus pais (que de religiosos não tem nada), preocupados com minha tendência ao isolamento, resolveram que seria interessante pro meu crescimento/desenvolvimento me agrupar com os meninos da minha rua que iam as igrejinhas fazer suas catequesezinhas (outro dia explico o que realmente quer dizer esta palavra) e me mandaram um dia para a igreja para ver o que acontecia...

Não lembro muito bem como meus pais chegaram nisso, então inventei este passado ilustrativo pra descrever a cena... também não lembro detalhe nenhum da infância, quem me conhece sabe que tenho memória ruim.

Chegando na missinha (era uma missa voltada pra crianças... leia Aldous Huxley, qualquer livro dele e depois volte aqui), então estavam todos lá, com a atençãozinha voltada a mil, esperando receber recompensas com as respostas certas sobre os teminhas apresentados nas aventurinhas bíbliquinhas... eu acho que ganhei uma régua ou um lápis por responder algo óbvio, que só mesmo um garotinho sem nenhuma educação religiosa como eu poderia não saber... mas enfim, acho que eles me deixaram acertar...
Meu amiguinho, filho do pastor (nunca use essa explicativa na forma de sigla, ok?), ganhou umas 4 réguas, um monte de borracha e lápis e ainda um estojo... como ele era esperto!!!
Tudo corria BEM até que um carro (que corria muito bem também), resolveu atravessar na mesma parte da rua que eu estava, e ele brecou bem pertinho de mim, quase me acertando e me transformando em uma pizza suja de asfalto!!!
A reação das crianças à minha volta foi clara... uma enorme e volumosa vaia pra mim (depois que o carro saiu, é claro) recheadas de "seu lerdo" (eu ODEIO que me chamem de lerdo) e "seu burro" (com este eu aprendi a conviver)... bom, esse é o espírito de irmandade?
Saindo desta situação eu fiz um download do trauma1.exe, que é só o meu primeiro plugin de trauma!!!
Mas a história se repete hoje, como um tapa bem dado na outra face (ou na outra bunda). Há menos de umas horas desta postagem eu estava embarcando pra uma viagem em direção a um simpósio religioso com tema: Ética, moral e valores familiares (ou algo assim, depois arrumo o ingresso e coloco aqui).
Tenho que esclarecer uma coisinha simples... eu não entrava numa igreja desdo o dia do download (o trauma), com apenas 2 exceções, mas isso é tema pra outro "Confessionário". Entenda essa minha viagem clandestina (eu já disse que eu estava indo de bico? Eu já disse que eu fui sem pagar nada? Que entrei no busão no vácuo das freiras?), como uma segunda chance para conhecer um pouco sobre a igreja, já que sei muito pouco e sou curioso pra caramba.
Não fui com pretensão religiosa nenhuma, fui apenas pra ver como seria, mas o meu antivirus deu pau e o arquivo baixado a mais de 20 anos veio à tona... acontece que tinha um barzinho bem longe dali me chamando e eu não pude resistir e fui jogar uma sinuquinha com minhas amiguinhas novas (internet é demais), tomamos umas, e mais umas e eu tomei uma aula de sinuca (se fosse o "caidebocket*" do supernintendo elas iriam ver só), andamos um monte e tiramos um monte de fotos..
O problema é que a palestrinha queridinha terminou uma hora mais cedo... e o pessoal estava mofando no ônibus por causa do nosso atraso, e a gente foi correndo pra ver se minimizava a bronca mas chegando lá, não acreditei no que aconteceu... eles realmente deram a outra face, me deram tal exemplo de perdão que eu não pude relacioná-los aqueles mesmos pirralhos que me acusaram na infância, aqueles que me malharam verbalmente como se fossem romanos no happy hour... eu me senti tão afortunado da bondade a mim direcionada que mudei meus paradigmas sobre os igrejéticos (até mudei este apelido carinhoso pra believers), e me senti desconfortável sobre minha falta de fé.
Bom, o que eu tenho a fazer é me desculpar por tê-los segurado tanto tempo em outra cidade... e dar os parabéns por manterem os valores éticos e morais como iguais que somos!!! Isso me fez pensar no rumo que teria tomado minha vida se eu não tivesse sido vaiado e esculachado por pequenos aprendizes desta maravilhosa doutrina que, por uma pequena variável do meu passado, não faz parte do presente!

Algo de bom tinha que me acontecer hoje!!!

Imagem extraída de um dos transcritos pós-hebraicos de Matteo Guarnaccia: O imperialismo dos novos costumes sobre a tradição da fé.

Legendas:
*Caidebocket: Paródia com o nome Side Pocket, joguinho de sinuca 16 bits com mirinha pontilhada super apelona!

Um comentário:

Obiçeno disse...

na verdade as freias me vaiaram, o motorista pediu meu RG e eu tive que passar a viagem inteira escutando eles falando sobre o atraso... cambada de freiras filhas da puta!!!