sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Confessionário II - High speed dirty

Lá vou eu confessar mais pecados do passado esperando justificar as cagadas presentes...

Se você já leu o que eu aprontei com as freiras deve se lembrar que eu ODEIO (de paixão) que me chamem de lerdo, porque eu associo muito este termo à algum limite mental, ou deficiência cerebral, ou sei lá. Posso ser burro, mas sou rápido pra caramba, sacou? SACOU? Então... voltando ao assunto, vou confessar aqui uma coisa que me traumatizou grandemente na infância e me fez escolher este caminho da velocidade (Dá-lhe Malmsteen).

Certa vez, eu andando pelas ruas de Ubatuba, uma extinta cidade paradisíaca que foi consumida pelo crime e pela ignorância dos próprios moradores, com minha Caloi Cross (modelo freestyle upside down cross), toda preta e vermelha. Eu sempre fui bom em viajar na maionese e melhor ainda em fazer uma coisa em um lugar com a mente em outro totalmente diferente e, quando percebi, estava atravessando à Avenida Tomaz Calhorda a 0,001 m/s, ou seja, metade das testemunhas diria que eu estava parado. Tudo estava bem, o sincronismo com o intervalo de automóveis estava bom e eu passaria pro outro lado sem problemas, até que uma senhora pacata, com sua bicicleta pacata saiu do bueiro e apareceu (piscou) em cima de mim, quase me atropelando e desferindo aquelas palavras cortantes: - sa-sa-sai da-da-daí s-s-seeeeu LERDOOO!!!
O meu browser mental nem avisou e quando eu vi estava lá no meu desktop o download concluído do trauma2.exe, que me provou que, mesmo em idade de atividades fisicas mentais elevadas, ainda era mais lerdo que aquela provinciana sobre rodas.
Lá estava eu, o pequeno gênio em peçonha, um menino de Q.I. maior do que o adulto que digita esta trágica história, reduzido a algo menor que uma velha garota que só sabia lavar e estender roupas... (deu pra notar que sou rancoroso?)
Mas como dizem os irmão wach, washk.. wa.. espera aí, vou ver no google... sim, os irmãos Wachowski, criadores do matrix, todo começo tem um fim!!! e o fim da véia estava próximo!!!

Os anos passam... o rancor permanece e ao invés de sumir ele se fortalece, misturado com meu instinto vingativo digno do meu signo (eu não tenho essas crenças, porém uso como desculpa pra agir assim), se tornando uma bola de ódio e intolerância tão grande que faria o Darth Vader desistir de ser um sith (reparem como estou usando referências de filmes hoje... nada de livros por aqui, baby).

Lá estava eu, anos mais tarde, com a mesma bicicleta, exatamente na mesma esquina, porém com uma velocidade superior à 40 m/s e acelerando sempre mais, pronto pra viajar no tempo caso caísse um raio, atravesso o posto de gasolina e vôo sobre a cena do crime, onde deveria estar a velhinha super dotada.
Eu estava sendo seguido por mais 2 amigos, que chamarei pelos nomes fictícios de Luciano e Pabro (vou inverter os nomes deles pra ninguém saber que estes são os nomes verdadeiros), e quando eu voei sobre a cena do crime, deixando a calçada pra aterrizar sobre o único espaço onde cabia uma bicicleta naquele trânsito do capeta (eu disse que não ia falar sobre religião aqui... então entendam isso como referência do filme constantine).
O caminho estava dourado e me chamava mas a minha mente estava em outro lugar e, quando percebi, estava quase rampando em uma velhinha caiçara típica que vinha lentamente com sua bicicleta barra circular enferrujada trazendo algo que não pude identificar pela velocidade absurda que eu estava.
Desviei rápido como se gravidade e atrito não fizessem parte do meu mundo e continuei triunfante pela estrada, tendo superado um dos meus traumas e finalmente satisfeito. MAS... (essa é do Matrix Reloaded, mas não espero que alguém entenda).
Luciano, vamos chamá-lo assim, estava na minha cola e viu o que aconteceu depois que eu passei rasgando a realidade... a véia perdeu o equilíbrio... e, no susto, voou pra longe de sua bicicleta aterrizando sobre a sargeta... durante a queda ela ainda gritou: Aaaaai Mariaaaaa!!!, que deve ser a outra véia que estava na outra bicicleta... pobre véia... espero que ela não tenha o costume de ler Blogs na internet...
Eu sei que a probabilidade de ser a mesma velha que me ofendeu é muito remota, mas eu gosto de pensar que me vingando desta velha, terei detonado a outra (igual no filme Sexto Sentido).


Moral da história: Usar filmes como referência é um saco!!!

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