sábado, 4 de agosto de 2007

Avulso 1 - What if...

Acho que, como eu, um monte de gente sonha em viajar no tempo, pra consertar umas coisas que aconteceram, pequenos erros que mudariam todo o presente, não? Talvez poucos pensem em mudar o mundo presente como penso mas, de qualquer forma, a idéia de especular o "como seria" é muito instigante!!!
Eu tive um sonho muito bom sobre um bilhetinho amarelo, só não sei como explicar aqui, mas se tratava de uma menina que viajava no tempo pra entregar uma carta pra ela mesma no passado. Eu devia estar inspirado pelo "The time machine" (H. G. Wells) que inspirou um filme dirigido por George Pal, mas ninguem deve ter assistido mesmo... (se bem que ele era bastante diferente do livro) que, por sua vez inspirou uma versão moderna dirigida por Gore Verbinski e Simon Wells.
No meu sonho a menina tinha um namoradinho, que na verdade era um amigo de infância que cuidava dela desde pequena, mas ele era muito fraquinho e morreu cuidando dela quando adultos. Ela passou a vida toda apaixonada pelo CollegeGuy (inventei isso pra designar o "Pocobão*" da escola dela) e nem havia reparado no pequeno fraquelinho que estava sempre por perto (tá bom, eu confesso que melhorei o roteiro depois que acordei).
Quando crianças eles moravam num orfanato, onde o fraquelinho se apaixonou por ela (mesmo nunca tendo dito isso), um magrelinho que andava sempre com um bilhete amarelo que ninguém nunca leu.
Sua suposta avó veio ver se a reconhecia para levá-la para casa, mas morreu ali na porta bem velhinha, tadinha, pelo menos a pequena orfã teve chance de dar-lhe um abraço. Os anos foram se arrastando e, durante toda a sua vida, eles (faquelinho e ela) brincavam sobre uma estrutura de concreto onde no passado deveria ser algo como um monumento, mas virou decoração urbana. Quando grandes ainda moravam ali perto, num apartamento que ele comprou com seu trabalhinho humilde, inexpressivo e indefinido (não vou chutar uma profissão aqui, posso ofender alguém).
A única coisa que ela fazia, além de se masturbar "na intenção" do CollegeGuy, era pesquisa para a sua máquina do tempo, porque havia desperdiçado a grande chance que teve com ele quando o conheceu, causando uma péssima primeira impressão ou algo do tipo que só mulher percebe.
O amigo fraquelinho morreu e foi enterrado com seu bilhete intacto, em respeito à sua vontade em vida. Toda a grana que sobrou ela investia na máquina do tempo, gastando toda sua vida com as pesquisas até que precisou vender a casa e se encontrava na rua e sem nada, porém levava consigo a sua máquina, em seu carrinho de pegar sucatas (esse emprego era pior que o do fraquelinho que morreu).
O tempo escorreu pelo ralo e a menina se tornou uma velhinha muito fraquinha, que mal aguentaria a viagem em sua máquina recém terminada. Finalmente era hora de acertar as contas com o passado, e lá foi ela para lá, com uma carta em punho explicando a hora e lugares exatos que ela e o Pocob... er... CollegeGuy se encontrariam pela primeira vez, e que se ela não fizesse a coisa certa estaria condenada a uma vida solitária, assistindo de longe o seu amado que já tinha famíla e uma vida estável com outra mulher.
Maquina ligada, propulsores a toda, ingnição em 3, 2, 1... Let's the carnage begins (Uhuul, Rock'n roll racing* no MP3 da véia), efeitos a parte, ela de fato viajou no passado, porém, cada segundo de lembranças de sua vida foi aparecendo em ordem inversa e, só assim, ela se deu conta de quem a amava de verdade (estou falando do fraquelinho).
Como a overdose de emoções consumiu toda a sua vontade de viver, a pobre menina velha se dirigiu sem forças para o orfanato, sendo inundada por lembranças de sua infância remetidas por objetos comuns do lugar onde cresceu.
Se dirigiu ao monumento urbano e colocou a máquina do tempo embaixo de um pequeno palco que, segundo suas lembranças, não seria violado nos próximos 60 anos. Se apressou para o orfanato, pensando sobre o que iria fazer.
Enquanto as inspetoras do orfanato recebiam a velhinha, que se dizia ser a avó da pequena Emily (inventei o nome enquanto digitava, talvez queira dizer algo), encarregados corriam ao encontro dela com a boa notícia, de que ela poderia ser um parente e levá-la para casa.
Na angústia da espera da senhora Emily, em seu fim de vida, pediu um pedaço de papel e logo foi atendida, rabiscando algo sobre ele, porém, mal acabou de escrever e faleceu ali mesmo (talvez não fosse possível se ver mais jovem, poderia haver um colapso na ordem do universo e no continuum, heey, Mc Fly). Enquanto chegavam juntos, os amigos pequeno fraquelinho sem nome e Emily, o corpo dela perdia a vida, e o papelzinho amarelo voou, planando e rolando no vento que vinha da porta principal enquanto o envelope que trouxera tombava para a lata do lixo, fazendo com que a máquina do tempo nunca fosse encontrada.
Emily correu para o abraço de sua avó morta, enquanto o fraquelinho pegava do chão uma nota escrita as pressas, por alguém prestes a morrer que dizia: voce deve amar quem está perto de você.

Bom, acabou, só espero que isso não vire desses power point fuleiros que mandam nos e-mails com mensagens feitas pra massa seguidora (povão, mas ainda invento um outro nome).

Acabei de achar uma T.A.Z. na rede: http://www.pocketrave.com.br/ ... deve ter suruba lá, só pode. Pra quem não pegou a piada (que não parece piada e nem deve ser) recomendo que leia T.A.Z. de Hakin Bey

Legendas:
*Pocobão: Aquele estereótipo de vencedor do colégio, capitão do time (quando norte-americano), catadô (brasileiro), senhor tudo sobre controle, nunca perde... essas coisas, mas na verdade são ruins de cama (dizem as boas línguas).
*Rock and Roll Racing: Joguinho de supernintendo em visão isométrica super divertido onde os carrinhos se arrebentam e um monte de frases legais saem do narrador: Slash unleash hot fury, Olaf power's up, Khaterine "escopocoscobol" (embromation de um viadinho que jogava com a gente), wooow!!!

Um comentário:

SAMANCATS disse...

fiquei com vergonha d te contar...mas fiquei com vontade d chorar logo na primeira vez(em alguma manha de agosto)...